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sábado, 21 de junho de 2014

Mar de além

Calma que finda;
Tormenta que aparece;
Frio que chega;
Calor que vai.
Levemente, tudo desaparece;
Rapidamente regressa.
Num mar de além, busco o que volta mas nunca foi;
Na brisa o teu perfume que não fica;
Na paisagem o rosto desfocado;
Amo-te minha mãe.
Porque partes mas nunca vais;
Porque estás algures nunca aqui;
Regressas num suspiro profundo;
Foges dos olhos onde te procuro;
E vens nas lágrimas de nenhures;
Volta. 

Escrevo

E é assim que mais uma vez escrevo. Escrevo na forma mais intima que é um pensamento. São as palavras de um pensamento que corre, um pensamento que quer liberdade, um pensamento que urge, um pensamento que foge, é o que não permanece, é o que escapa, é o que se liberta, é o que sobrevive.

Pensamento que és tu, ser pensante que sou eu, matéria orgânica, nascido da poeira que sobrou ao início dos tempos, fruto da matéria de outrem, nasces de mim.

Escrevo por ti e pelo que me trazes, escrevo porque estou sozinho, escrevo porque nada do que digas vai alterar a minha solidão, escrevo porque a esperança faleceu. Escrevo… Apenas escrevo. Escrevo, apesar de intimamente, porque apenas o sei fazer. Escrevo porque penso e penso porque escrevo. Penso e escrevo tantas vezes que lhes perco o sentido, não os distingo. E assim nasce a obra. Seja por mão divina, ou por este cérebro, que embora novo, já está valido. Nasce a obra.

Obra que não passa de um devaneio, de uma loucura que persiste em mim, na procura do concreto no abstrato. Obra que é meramente pensamento, obra fruto do desgosto, obra já batida pelos que tanto sobre ela escrevem e já escreveram. Obra intemporal que persiste na condição humana que é o pensamento – constante e ininterrupto durante a vida – onde a racionalização é o preço, onde as belezas do incerto e do mistério desaparecem, pois tudo o que sabemos perde a graça.

E como disse é obra, é ação, é pensamento, é inato, é natural, é genuíno, é intemporal, é ininterrupto, é alienado, é escrita, é arte, é paixão.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Sadness

É engraçado dizer que avançamos mas quando realmente paramos vemos que não saímos do mesmo sítio. Circulamos no mesmo ponto, vezes e vezes sem conta. Quando pensamos que já estamos livres, estamos presos novamente.
Hoje, guardo um caderno do que já se passou. Não é um diário. São memórias. Memórias dolorosas de um passado presente, passado esse que deveria estar longínquo.
Memórias tristes que marcam uma vida pela tristeza e amargura. Feridas que nunca chegaram a curar. Feridas abertas que doem. Feridas que magoam. São passado que não mata mais moí. É passado que ensina. Passado presente.
Choro, apenas choro. Quero chorar mas as lágrimas já foram todas. Sinto-me fraco, mais uma vez. Magoado.
Eu já não sei o que sinto, só quero ficar, não mover.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Mais um dia

 Mais uma discussão, unilateral por vias de dúvida.
 Como sempre, quando se ouve o que não quer, porque não gosta, palavras fogem por entre dentes, proferidas num tom mais que audível, cuspidas inevitavelmente pela perda de chão.
 Mas falemos do que vim aqui escrever. A discussão terminou com um bater de portas repercutida por uma frase, diferida no espaço, querendo dar continuidade ao diálogo sem sentido.
Porém, depois do sucedido, instalou-se o silêncio... Nem o ar se movia, as testemunhas do ato não se pronunciaram  por falta de ousadia, por concordarem com o que foi dito ou talvez me julguem em mente.
 Nada disso importa.
 As minhas convicções mantiveram-se firmes e isso vale mais que tudo.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Mar

Venho de longe, Procuro o correto, Porém, afogo-me neste mar incerto.
Tão incerto se tornou, Que à vida renunciei. Afundo, agora, lentamente nestas águas tão enegrecidas, Onde a pouca luz vai desaparecendo.
O mar tanto dá, como tira, Traiçoeiro, como a natureza humana, Ataca quando menos se espera.
Eu perdi a batalha. Eu perdi a fé. Eu perdi a vontade. Eu perdi a humanidade. Eu perdi a vida.
Não achei, o que em vida procurei. Vencido pelas dificuldades, desisti. Nesta vida amaldiçoada, Vivi em sociedades sem espírito. Amordaçado, acorrentado parti em busca do meu destino.
Que fortuna fora a minha?

quinta-feira, 17 de abril de 2014

It's Hard.

It’s hard.
I can only complain right now.
I’m feeling like a stressful idiot girl. I have so much stuff do deal right now.  For me, it’s becoming really hard. It has been so upsetting, I’m really, really annoyed. I have to prioritize, first school, then work, and finally, my family.
But the school issues have really becoming to stress me out, the SAT’s my high school grades, and the urging need of a scholarship. Alone, I can’t pay for my studies, I need to get a job and a scholarship. I only wanted to be independent, because, family issues are mind-blowing me.
The fact that living in this house is becoming impossible is also getting into my brain.
ALL is really getting me of rails and I just have to get back on my track. It’ll be pretty hard, but then again I kind of need it for my wellbeing, especially when it comes to my sanity.
And yes. I’m writing in English, don’t know how, or even why, I just feel like it. And sometimes it’s easier to express my feelings in another language or form because… I don’t know the reason, nevertheless, I know I shouldn't complain, everyone has a though time, and some people have even bigger problems that my own.
Despite that terrible faith, we should all express ourselves, and get over it. We can’t relate our problems with the world, everyone’s different, in all the way’s possible. And for that, we all have diverse ways to deal with stuff, then again, we need to focus, one thing at a time, if we want to succeed. Right now, I’m talking to you, person who I don’t know, and possibly never will. Even so, I know you can relate some of your issues with my own, or to what I’m writing. I just wanted to let you know that everything’s going to be all right, and that’s the most joyful truth in the world, just believe in you, and you capacity’s/skills.
I talk a lot, sometimes, I just wander in circles, getting out at some point and returning to it with the same knowledge.
I hope you don’t mock me, I’m not part of as English country, and what I’m writing, it’s from the heart and from what I´ve learned.
I’m just trying to realize me, and with that, giving you the opportunity to remember that you’re not alone. Senior year is the most stressful but the most rewarding, it’s the time where you have to grow up, and gain a painful but important understanding of the world, and by that I mean all the atrocities you’ll have to face, and all the slaps that the world will give you. You’ll fall countless times, but even then, remember, you can deal with it. Approach your problems with you head held high and a smile, and it’ll be fine.

For all this mumbling I am sorry. Even so, I’m grateful you read all that, and that in some point made you realize something. I know I’m just talking with my mouth full, but at some point I may be right, keep that in mind. So… I’ll be dealing with all my problems and I’ll conquer them, definitely. So smile, and conquer yours too, I’ll be cheering for you, even if you think you are alone. I’m standing right next to you. Me, and all the teenagers who are facing some teen related problem. 

segunda-feira, 24 de março de 2014

                Nem sempre é fácil dizer o que pensamos. Nem sempre é difícil explicar como nos sentimos. Neste momento, olho para mim e vejo-me sozinho, num canto, voltado para as paredes, num quarto escuro, abandonado. Onde as paredes que se erguem são as defesas e tudo o que está para lá das mesmas é a vida.

            O quarto não possui a mais erma luz. Apagou-se quando a esperança decidiu partir, quando as janelas deixaram de existir e o sol de nascer. O soalho também quebrou. Ficou oco de todos os parasitas que dele decidiram alimentar-se. Agora tenho medo de andar, de cair num buraco e de não conseguir erguer-me. O teto… Nunca houve um teto. Nunca existiu material algum que me protegesse da tempestade que urge lá fora. Portas? As portas fecharam-se quando percebi que não podia fugir.

            Estou isolado, só, doente e cansado. A minha voz, trémula do choro, grita no vazio, tentando fazer-se ouvir. Onde os pulmões, sem oxigénio, padecem, definham lentamente só para que compreenda a dor de uma morte lenta. Aguardo com ânsia o meu último suspiro já que com este findam as lágrimas, o sofrimento, a revolta, a angústia, a repulsa, o medo, a dor e a vida.

            Não me sinto fraco por desejar a morte. Acolho-a com carinho e andamos de braços dados, não a temo, somos amigos. Aceito a efemeridade da vida e a volatilidade que insurge à condição humana.


            Ser Humano é ser triste e insatisfeito. É tentar transpor as fronteiras impostas pela condição de Ser. É alcançar a imortalidade e plenitude. É ter um fado. Ser Humano é morrer.